Vi num documentário sobre o grande pianista russo Sviatoslav Richter que ele gostava de tocar o Oratório de Natal de Bach todo ano com sua família. Imagine poder fazer isso! Essa é uma obra empolgante mesmo! Anteontem, no dia 18/12/11, ouvi, pela primeira vez ao vivo, a obra completa. Que coisa sublime, maravilhosa! Quem não ouviu ainda nada dessa obra, ainda dá tempo de se arrepender por essa falta horrível e dar um pulinho no meu outro blog, o Compartilhamento Musical, e ler os posts que escrevi sobre essa música tão edificante. (Leia o CM 8 para uma introdução sobre a obra e o vídeo da abertura da primeira cantata. Leia o CM 17 para o apreciar o início da segunda cantata. Leia o CM 29 para apreciar a primeira metade da quinta cantata. Há legendas em português.)
O concerto aconteceu no prédio da Philharmonie Gasteig. É uma sala de concertos impressionante, daquelas que estou acostumado a ver somente em DVD. Quando entrei, tive que ficar me beliscando, pois custei a acreditar que eu estava mesmo ali. Vai aqui uma foto que tirei do lado de fora.
Para essa aqui eu nem tive coragem de levar a máquina para fotografar dentro. Mas existe o Google Images, não é mesmo? Então aí vai uma olhada de leve no nível da coisa.
Gente, o povo vai todo chique para esse tipo de concerto. Eles chegam mais cedo e ficam conversando com os amigos nos barezinhos chiquérrimos da sala de concertos. No meio do concerto, que teve a duração de dois CDs, saem quase todos para continuar o bate-papo. Os garçons e garçonetes, frenéticos, têm pouco tempo para servir tanta gente antes do sinal tocar e todos voltarem para a segunda metade do concerto. A maioria faz da ocasião um momento especial e vão muito bem vestidas. Outros põem uma camisa de manga comprida por dentro da calça e pronto! Apesar de eu ter posto um blazer, nunca me senti muito confortável ao redor do que é chique demais. Esse não é meu mundo corriqueiro; estou apenas de visita.
É sempre difícil para mim apontar uma obra favorita de um determinado compositor, mas, com certeza, o Oratório de Natal de Bach está entre elas. Todo ano o escuto, especialmente na época do Natal. Foi muito especial para mim estar lá. Gostei muito do coral e dos dois solistas, baixo e tenor, em especial. Em um recitativo do tenor, como evangelista (ou seja, fazendo o papel do narrador bíblico), o solista fez todo mundo prender a respiração quando cantou "Mas Maria guardava todas estas coisas, conferindo-as em seu coração." Pude sentir que todo mundo naquela sala enorme parou de respirar e só voltou a pôr ar nos pulmões quando o solista relaxou. Gente, escutem essa obra!
Quero agradecer, mesmo sem dizer o nome, a um amigo meu que patrocinou minha ida a este concerto (digo, o Oratório de Natal de Bach) e ao de hoje à noite, que vai ser a 9a Sinfonia de Beethoven. A ele, meu agradecimento sincero e espero que essas linhas nesse blog lhe tragam um pouquinho da alegria que Deus me proporcionou através de sua generosa doação.
E para terminar com um tom mais leve, quero compartilhar um insight que tive quando estava ontem no Jardim Inglês, aqui em Munique. Um lugar lindo para passeio. Esse lugar deve ser lindíssimo no verão, mas, apesar da neve, aproveitei mesmo e usei o tempo para relaxar e meditar um pouco. No vídeo abaixo, o tal comentário, fruto de um profundo momento de pensar, que dedico ao meu irmão, Braz Filho.
Estou amando os comentários! Por favor continuem escrevendo. E os irmãos da igreja, preciso das orações de vocês. Vou de Munique para Praga amanhã de manhã. Parte do trecho é trem e parte é ônibus. Tenho 10 minutos para descer de um trem e achar onde fica o ônibus certo, numa cidade em que nunca pus os pés, pense! Que Deus tenha misericórdia e me guie os passos.
Abraço,
Renato
Estamos vibrando com os seus compartilhamentos, Renato. Não estamos aí mas a sua alegria tem sido a nossa. Deus te abençoe e te guie!
ResponderExcluirPS1 - Com relação ao "pastor alemão na Alemanha", para fechar o "insight" com perfeição o jardim deveria ser alemão, e não inglês, né?
PS2 - Como está sua convivência com os germanos daí?
Tio Renatoooo, parabéns pela sua iniciativa nada maluca! Uma viagem dessas deve ser sempre bem vinda, principalmente para uma pessoa como você que vivencia a música de maneira tão plena. Curta cada momento, meu amigo, e continue compartilhando de maneira tão generosa esses sentimentos (até o de frio, pra gente poder curtir tbm), seja muito feliz em todas as experiências por aí. Beijo grande, tia Dani.
ResponderExcluirQue lugar é esse, Renato! Fantástico!!! Não se preocupe quanto a se perder, até os "desencontros" são "marcados" por Ele...e, além do que, se perder na Europa é o que h;a de chique né não?hahahah! bjos! Karine.
ResponderExcluirRenato... que experiência fantástica!!! Conseguiu ter uma prévia do céu assistindo ao oratório? Me lembrei de tempos atrás, num dos festivais Eleazar de Carvalho, quando uma associação esdrúxula entre o grupo Antares e o trompetista Arantes fez desencadear em nós uma crise de riso incontrolável. Definitivamente, num concerto sublime como este a que vc assistiu, não haveria espaço pra risada! Aproveita o friozinho e a boa música (na verdade é bem melhor que boa, né?) que nós do Nordeste pegando fogo acompanhamos você em oração.
ResponderExcluirOh, Rebecca! Como me lembro desse incidente Antares - Arantes! Foi bom você lembrar isso.
ResponderExcluirAbraço,
Renato